Fui ritualmente maltratado quando criança. O que deveria fazer a respeito disso?
Alguns Anjos entram na vida humana com um compromisso profundo e aparentemente perturbador, de ir até as entranhas do esquecimento e trazer a Luz de sua inocência e uma escuridão que não pode ver nem ouvir esta inocência. O Anjo conhecia a jornada. A criatura humana não.
Vamos reconhecer que um Anjo, por conhecer a natureza da jornada escolhida, pode percorrer uma vida dessas e emergir o outro lado ileso. A criança não. Existe raiva, com roda razão, mas vocês vieram para conhecer a escuridão e puni-la, ou vieram para trazer a Luz? Assume0se a vingança como propósito e, por fazer isso, choca-se contra o mastro do navio nas trevas? Vocês não vieram para viver em seu próprio amor? Isto não quer dizer que os maus-tratos foram corretos. Já que não existe meio de alterá-los a esta altura, escalar de volta as masmorras da história não serviria a propósito nenhum.
Talvez agora vocês possam começar a abrir portas e janelas, falar abertamente, e ajudar os outros a explorar tais experiências, de modo que eles não tenham de passar por privações dessa natureza. Existem muitos que acolheriam sua intervenção.
Quero ver a Luz em todas as partes da minha vida. Sinto que deveria perdoar meu pai, que foi cruel comigo, e, no entanto, não consigo. Você poderia discutir isso?
Perdão é uma dessas palavras altamente carregadas. A definição que lhes ensinaram requeria que vocês dissessem: “Está tudo bem”, quando se sentiam magoados. Vocês acreditavam que tinham de ir contra suas histórias, abandonando as crianças que eram. Vocês renunciaram a toda esperança de justiça em seu planeta humano. Então, ao falar de perdão, é de se espantar que suas defesas logo se levantem?
Vamos mudar o significado de perdão. Enquanto vocês estiverem aliados à crença na necessidade de reparar erros, estão, de fato, sobrecarregados. Liberar a história não é deixar seu pai ir embora sem ser punido. Tenham mais fé na natureza de cada ser humano. Ninguém escapa de si mesmo.
O perdão não é para outros. É para você mesmo.
Devemos deixar que os outros nos firam e simplesmente dar a outra face?
Este é um dos ensinamentos que chegou a seu mundo nos últimos dois mil anos. Isso quer dizer que vocês são feitos para ser vítimas? Não.
O que é submissão pessoal? É ser declarado impotente, submeter-se à vontade do outro? Se vocês entregam seu poder de amor-próprio aos outros e dize: “Você é a razão da minha dor”, não terão oferecido suas vidas a eles?
Existem muitas pessoas que vocês consideram culpáveis, em suas vidas, que não têm a menor idéia de ter-lhes feito qualquer mal.
Então, como reagimos ao punho levantado, ao porrete agressor?
O medo os incitaria à luta. O que o Amor diria? Percebam um comportamento desses como um grito de socorro. Enviem uma bênção aos corações desses seres atormentados que estão com tanta raiva, tão aterrorizados. Eles ainda têm de ouvir o chamado do Amor e, no entanto, eles também vieram em nome daquela voz.