Os muitos aspectos do ser
Vocês não precisam se lembrar dos detalhes de ontem, da semana passada, do mês passado, ou de quem é o aniversário. O fundamental é vocês se lembrarem de quem realmente são: isso é possível unicamente através das escolhas que fizerem, dia a dia, minuto a minuto.
Enquanto almas, vocês escolhem um ambiente de infância que foi apresentado segundo vários modelos - ou moldes, se quiserem - dentro dos quais derramar a divindade de vocês. Quando escolhem quais ativar nesta vida em especial, cria-se
a oficina kármica de vocês.
O Ser aprende que definições do ser bom, do ser meritório, do ser nobre e honrado, todas têm que se submeter à opinião alheia. Isso não é uma crítica à família: é tão só uma aceitação das coisas como são, e tem uma finalidade.
A cada momento, ao longo do dia de vocês, fazem-se tais escolhas. Elas são um pouco assim: "Estarei agindo certo? É assim que minha mãe me quer? É assim que
meu pai me quer? Meus irmãos e minhas irmãs estarão preferindo que eu não nasça? A pessoa que eu amo pensa que eu existo? As pessoas de meus filhos querem que eu exista? Quem serei eu?"
Essa prática da escolha, por ser tão automática, raramente roça as fímbrias da consciência ativa de vocês. E assim é que vocês formulam a si mesmos em diminutos mas continuados atos de autocrucificação, fazendo-os parecidos com quem pensam que se espera que sejam. Vocês não têm necessidade de tomar consciência de tal hábito.
Vocês vivem suas vidas de acordo com os modelos que lhes foram traçados, até chegar um momento em que se dão conta de que, a despeito de toda boa vontado e de todo comportamento excelente, estão vazios. Sentem uma falta que nada em seu mundo é capaz de preencher. Ouvem uma voz que lhes diz uma coisa totalmente inesperada: "Sejam o que vocês são."
Desse momento em diante vocês começam a puxar os fios da tapeçaria de suas vidas. Podem ter medo de abrir grandes buracos, ao puxarem esses fios, ou modificar a padronagem ou a coloração. Não tenham medo: essa tapeçaria é tecida de pura ilusão.
Vocês estão tirando os disfarces que colocaram ao redor de si mesmos, na esperança de se adaptarem ao wue lhes foi ensinado como o tipo da pessoa boa. Boa para quem e boa para quê? Vocês estão embebidos da ilusão de que devem se tornar alguma coisa, de que é preciso fazer alguma coisa, para terem algum merecimento.
Do meu ponto privilegiado, vejo vocês como anjos de Luz enrolados no próprio auto-julgamento, lamentando-se da falta de uma liberdade que negaram a si mesmos...
Acima da tirania mental, vocês devem olhar bem uns para os outros e indagar: "Que estamos fazendo? Por que brigamos tanto? Para onde estamos indo? " Os tempos de futilidade, depressão e vazio nas vidas de vocês não se devem ao fato de não terem merecimento ou de a vida ser vazia, e sim de estarem correndo atrás de alguma coisa que não lhes diz respeito, alguma coisa que jamais lhes dará satisfação, independentemente da obediência que lhe prestem.
Todos os atos que não são de perfeito amor, são atos de renúncia. Nisso reside a dor deles.