Que acontece quando a morte é súbita?
Para a alma, é uma bênção. A pessoa vai dirigindo seu carro muito bem, na luta pela vida, como sempre, e de repente não está mais viva. Sente-se uma leveza inesperada e fica-se imaginando que milagre teria acontecido. A gente tem a impressão de não estar mais presa às necessidades do dia-a-dia. A gente olha ao redor, à procura do carro (tão importante) e o que avista é um monte de ferro velho, e a gente nem liga. Então vê-se um corpo físico que parece conhecido, algo que se usou por muitos anos. E a gente se dá por muito satisfeita por estar livre daquilo: a gente está livre...
A morte violenta só é violenta para os que ficam e a vêem; para quem morre é uma fabulosa passagem para Casa. Todo o drama acontece no lado da passagem onde vocês estão; do meu ponto de vista, a passagem para a morte é pura Luz.
Que acontece então?
Isso depende quase inteiramente do que vocês esperam. Lembrem-se de que são vocês os criadores de todas as coisas! Se vocês esperam ser julgados, muito bem, terão um julgamento; se esperam ser castigados, eu receio que, não importa o que possamos fazer por vocês, teremos de aplicar as leis divinas da criação e castigar vocês. Se vocês esperam o beijo amoroso daqueles que se foram antes, garanto-lhes que o terão com muita alegria. Se vocês esperam compreender de repente as coisas da vida que acabaram de deixar, acredito que também possamos arranjar isso.
Compreender todas as coisas, no entanto, há de significar que vocês completaram todos os ciclos de reencarnação, que vocês despertaram todas as áreas da consciência que estavam adormecidas.
O ato mesmo de morrer realiza coisas maravilhosas para as pessoas: livra-as da ilusão. Vocês não podem imaginar o alívio que é aceitar afinal o fato de estarem abrindo mão do corpo físico. Vocês dizem: “Muito bem, fui espremido para fora disso como o dentifrício de um tubo e simplesmente não posso voltar porque o corpo não funciona mais.” O momento dessa aceitação é jubiloso.
E com que se parece o além? É muito diferente e é muito a mesma coisa, pois cada qual leva a si mesmo consigo.
Aqueles que acham sem graça a idéia de viajar pela eternidade consigo mesmos têm um importante trabalho a fazer: o trabalho de amarem a si próprios. Vocês são sua melhor companhia e estarão com vocês sempre.
Eis a única fórmula que lhes posso dar, pois o universo inteiro é baseado no amor que cria a si mesmo.